O Projeto Com-Vida em Ação e seus benefícios políticos e pedagógicos para a cidade de Brasília
Foto: Elizete Cardoso
Por Luciana Ribeiro
“Considero de suma importância o papel das escolas, mas, principalmente, a tarefa das famílias, que é a de poder colocar seus filhos desde a infância em contato com os biomas e crescerem com o mínimo de respeito à natureza...” Heloisa Carvalho
Heloisa Carvalho - Heloisa Carvalho é Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Especialista em Matemática (leciona para alunos do 6º ao 9º ano), Especialista em Iluminação e Designer de Interiores, Mergulhadora, “trilheira” de jipe e a pé e apaixonada pelo Pantanal, pelo Cerrado brasileiro e pelo Arquipélago de Abrolhos.
Fundadora do Blog Cerrado, Te quero Bem:
Como educadora, amiga e colaboradora da Rede Cerrado Com Vida, convidei a Heloísa para dialogarmos sobre os trabalhos desenvolvidos na Escola CEF 08 de Taguatinga e, por meio desse trabalho, saber como tem difundido a importância da educação ambiental para os jovens e professores brasilienses.
Para a minha surpresa e orgulho pedagógico, deparei-me com um projeto ousado e norteador de discussões políticas, acadêmicas e cidadãs, o qual tem vislumbrado a abertura de caminhos dignos, maduros, reeducadores e restauradores das belezas da natureza desequilibrada e sedenta por justiça humana e ambiental no DF e no Brasil.
Felizmente, a educadora brasiliense tem fomentado a relevância da educação ambiental para as escolas do DF, a qual pode melhorar consideravelmente a qualidade de vida em Brasília; além desse trabalho reeducador, ela e sua equipe de trabalho, têm desenvolvido um belo trabalho de escuta pedagógica por meio de vivências teóricas e práticas (palestras sobre o cerrado,exposição de fotos da fauna e flora, etc) os quais, de fato, valorizam o cerrado e a vida de modo geral; contudo, o evento é apenas uma das etapas que compõem o projeto Com-Vida em Ação e da Rede Cerrado Com-Vida (que não pertence à escola) - recheado de debates que têm provocado a realização de sonhos bonitos e cidadãos nos jovens brasileiros, lembrando que todo esse investimento educacional concretiza um currículo amoroso e verde, trazendo a esperança e a vontade política que ainda falta em nossos governantes públicos para reverem a importância do meio ambiente no Brasil.
"A partir de uma política que mobilize a reeducação ambiental e além disso, valorize a criação de escolas sustentáveis, pode-se direcionar a mentalidade dos futuros educadores e educandos para o uso racional dos recursos, bem como o convencimento deles, por meio dessa sensibilização."
"Sair um pouco dos livros e colocar os alunos em contato direto com ambientes como, por exemplo, visitar as nascentes, levando-os a conhecerem as Unidades de Conservação abertas para educação ambiental e ainda contar a história de cada região."
"A proposta é despertar em toda a comunidade escolar a atenção para a grave situação do cerrado e ainda ensiná-lo a ver como o homem realiza as construções em áreas impróprias, onde se encontram as nascentes, gerando, além da falta de água, o desequilíbrio ecológico."
"Focando a questão água, o DF abriga nascentes de grande relevância para o Brasil. A melhor forma que encontramos para sensibilizar foi levando professores à Estação Ecológica Águas Emendadas - ESEC-AE, que abriga uma grande vereda e nela a nascente de duas importantes bacias do Brasil; Ao conhecerem o local o despertar é imediato."
Na visão da educadora, a educação ambiental ainda é pouco aceita ou reconhecida pelos brasileiros de maneirageral, inclusive, um dos maiores desafios é retirá-los do comodismo, um problema mencionado no livro Pegada Ecológica de Genebaldo Freire.
Considerações ecopedagógicas:
A professora convidou alguns órgãos e algumas instituições: IBRAM, FLONA (IcmBio), TAXIDERMIA DO ZOOLÓGICO, ADASA, CAESB, SEAGRI, NOVACAP, EAPE E CED STELLA DOS CHERUBINS GUIMARÃES TROIS(PLANALTINA) para serem colaboradoras e parceiras do Projeto Com-Vida em Ação, o qual tem sido alicerce para mobilizar a implementação de ações coletivas que beneficiam o cerrado e a vida do cidadão brasiliense; além disso, todo esse trabalho de comunicação ambiental viabilizou o cumprimento da Legislação Ambiental que menciona essa necessidade urgente a ser articulada pelo poder público por meio da PORTARIA Nº 108, DE 26 DE ABRIL DE 2016 -que Institui a Política de Educacão Ambiental Formal da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
Neste sentido pedagógico, o bate-papo nos deixou claro que o planejamento e a execução de atividades que reverenciam a ecologia humana carecem de atenção, de apoio e do envolvimento social que propiciam àorganização, pois tudo requer trabalho árduo e investimento educacional correspondentes às necessidades da educação ambiental a ser colocada em prática nos ambientes escolares.
A participação dos professores, dos alunos e da comunidade que fazem parte do CEF 08 de Taguatinga pode continuar sendo ótima referência de lutas que encabeça vários aspectos, como o trabalho, o ânimo, o fortalecimento pedagógico, a visão de equipe solidária, a parceria, a troca de experiências que de fato privilegiaram ou privilegiam a vida humana e a natureza no DF.